Evento no CEU das Artes exibiu documentários, promoveu debates e celebrou a cultura afro-brasileira com oficinas e literatura negra
No último sábado, 17 de maio de 2025, Valparaíso de Goiás foi palco da **1ª Mostra de Cinema Quilombola**, organizada pelo **Cine Lobeira** no **CEU das Artes**. Com o tema **“Um olhar quilombola sobre o Brasil”**, o evento reuniu lideranças, cineastas e o público em geral para uma programação que mesclou exibições de filmes, debates, música e atividades culturais.
### **Cinema como ferramenta de resistência**
A mostra abriu espaço para vozes quilombolas com a exibição do documentário **“Meada Cor Kalunga”**, dirigido pela liderança **Marta Kalunga**, que também participou de um bate-papo sobre territórios e identidade. Outro destaque foi a participação de **Paulo Alexandre**, representante do **Quilombo Mesquista** (Cidade Ocidental), que apresentou um filme do renomado cineasta **Vladimir Carvalho**.
A programação ainda incluiu **filmes infantis com temática quilombola**, reforçando a importância da representação negra desde a infância. Após as exibições, o **professor e pesquisador Franco Adriano** mediou um debate e emocionou o público com uma **canção autoral**, unindo arte e reflexão.
### **Cultura viva: oficinas, literatura e percussão**
Além do cinema, o evento contou com a **Biblioteca Bitita**, projeto itinerante de **literatura negra**, e uma **oficina de percussão** comandada pelo **Mestre Cezinha**, do bloco afro **Rum Black**. O **Instituto IBEDE** também marcou presença, fortalecendo a rede de apoio à cultura e educação quilombola.
### **Acessibilidade e inclusão**
O CEU das Artes proporcionou um **ambiente acessível**, com tradução em **Libras** e estrutura adaptada, garantindo que todos pudessem participar.
### **Cine Lobeira: cinema como transformação social**
A mostra integra o projeto **Cine Lobeira**, coordenado pelo **cineasta e morador Thiago Maroca**, que busca levar o cinema a periferias e comunidades, promovendo discussões filosóficas e políticas por meio da sétima arte.
**“Mais do que exibir filmes, queremos fortalecer narrativas quilombolas e mostrar como o cinema pode ser um instrumento de luta e valorização cultural”**, destacou Maroca.
O sucesso do evento reforça a importância de iniciativas que ampliem o acesso à cultura e celebrem a diversidade brasileira, colocando Valparaíso de Goiás no mapa das discussões sobre representatividade e cinema independente.
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