13 setembro, 2024

Falem bem ou falem mal mas falem do cinema nacional - Nosso sonho (Claudinho e Buchecha)



Na selva de concreto do entretenimento nacional, um filme chega para dar aquela sacudida nos espectadores e deixar a concorrência com cara de "ainda em pré-produção". Estamos falando de "Nosso Sonho", a cinebiografia que nos transporta para a era dourada dos anos 90, quando Claudinho e Buchecha eram a sensação do funk e não havia playlist sem um "Nosso sonho". A produção traz um frescor nostálgico e, ao mesmo tempo, uma série de cenas que fazem você se perguntar: "Ué, será que eu estava sonhando ou isso realmente aconteceu?".

O filme abre com uma sequência digna de clímax musical: Claudinho e Buchecha cantando e dançando como se não houvesse amanhã. É como se o diretor quisesse deixar claro logo de cara que a história desses dois ícones é uma verdadeira montanha-russa emocional, com direito a altos e baixos que fariam qualquer montanha-russa de parque de diversões parecer um passeio de carrossel. O ritmo frenético  garante que até os mais céticos acabem batendo o pé e cantando junto, mesmo que o último "Quero te encontrar" tenha sido um pouco antes da virada do milênio.

A produção não economiza em detalhes. Cada cena é meticulosamente montada para capturar a essência dos anos 90, desde o estilo de cabelo até a moda extravagante. É um verdadeiro desfile de tendências que fazem você se perguntar se, por um breve momento, o estilo camisa de jogo de hokey e boné voltou a ser uma tendência. O figurino é tão emblemático que você quase espera encontrar alguém fazendo o passinho da mão como eles faziam.

E não podemos esquecer dos momentos mais profundos e emocionantes. Afinal, a trajetória de Claudinho e Buchecha não é apenas sobre festas e sucessos musicais, mas também sobre desafios e superações. Aqui, o roteiro mergulha de cabeça nas dificuldades pessoais e profissionais enfrentadas pelos protagonistas. É quase um "Vai que Cola" com pitadas de drama e uma boa dose de humor, ressalto a discussão para manter a palavra "adjudicar" na letra.

Mas o verdadeiro trunfo do filme é a forma como ele lida com a nostalgia. Ele não é apenas uma viagem ao passado, mas uma celebração vibrante da influência cultural que Claudinho e Buchecha tiveram na música brasileira. É um lembrete de que, mesmo com as mudanças de tendência e os novos ídolos do momento, a influência desses dois não se apagou. Ao contrário, ela continua brilhando, como uma luz de neon que nunca se apaga.

Assistam. Vale a pena!

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